Descubra os cuidados necessários na amamentação de um bebê com APLV. Saiba como identificar os sintomas e adapte sua dieta para garantir a segurança e bem-estar do seu filho.
Índice
Seu bebê foi diagnosticado com APLV, a alergia à proteína do leite de vaca, uma condição alérgica comum em crianças.
Nesse caso, é importante tomar precauções extras não apenas com o bebê, mas também com a sua própria alimentação, já que os nutrientes que você consome são transmitidos através do aleitamento materno.
Neste artigo, compartilharemos algumas dicas para ajudá-la a identificar os sintomas da APLV em seu filho e tornar a amamentação mais segura, evitando qualquer reação indesejada.
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O que é APLV? Entenda as diferenças em relação à intolerância à lactose
A APLV é uma reação do sistema imunológico ao entrar em contato com alimentos à base de leite de vaca ou com componentes contaminados por essa proteína.
É comum confundir a APLV com a intolerância à lactose, mas são duas condições distintas.
Embora existam sintomas semelhantes, como dor abdominal e cólicas, a APLV afeta o sistema imunológico, enquanto a intolerância à lactose está relacionada principalmente ao sistema digestivo.
Existem três tipos de reações alérgicas à proteína do leite: mediada por IgE, não mediada por IgE e mista.
- Reações mediadas por IgE:
- Características: ocorrem imediatamente ou até 2 horas após a ingestão do leite.
- Definição: o organismo produz anticorpos IgE específicos contra as proteínas do leite, resultando em reações persistentes e graves ao longo do tempo.
- Sinais e sintomas: urticária, angioedema, vômitos, diarreia, asma, rinite, anafilaxia, chiado no peito e dificuldade respiratória.
- Reações não mediadas por IgE:
- Características: os sintomas surgem horas ou dias após a ingestão do leite.
- Definição: não há produção de anticorpos IgE, e a reação é desencadeada por outras células do organismo.
- Sinais e sintomas: vômitos tardios, diarreia com ou sem muco e sangue, sangue nas fezes, cólicas, irritabilidade, intestino preso, baixo ganho de peso, inflamação do intestino, assadura e fissura perianal.
- Reações mistas:
- Características: podem ocorrer tanto reações imediatas quanto tardias após a ingestão do leite.
- Definição: algumas crianças apresentam os dois tipos de reação.
- Sinais e sintomas: dermatite atópica moderada a grave, asma, refluxo, esofagite eosinofílica, gastrite eosinofílica, diarreia, vômito, dor abdominal, baixo ganho de peso e crescimento.
O que causa a APLV?
Existem várias razões que podem explicar a alergia e, muitas vezes, elas estão relacionadas:
- Fator genético: A genética é o fator mais ligado ao desenvolvimento da alergia. Se um dos pais tiver alergia, o filho tem duas vezes mais chances de desenvolver a mesma alergia. No entanto, mesmo sem histórico familiar, é possível desenvolver APLV.
- Hipótese da falta de exposição: Essa é uma das possíveis causas para o aumento das alergias alimentares. Os hábitos de limpeza, as vacinas e os antibióticos tornam as pessoas menos expostas a infecções, o que pode levar a mudanças no sistema imunológico e aumentar as chances de desenvolver alergias.
- Exposição precoce às proteínas do leite: Oferecer leite de vaca muito cedo para os bebês, especialmente nos primeiros dias de vida, aumenta as chances de desenvolver APLV. Isso acontece porque os órgãos do sistema digestivo do bebê ainda não estão completamente desenvolvidos e ele pode ter dificuldades para digeri-lo, absorvendo as proteínas inteiras em vez de quebrá-las em estruturas menores que não causariam alergias. Nessa fase, o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo e pode reconhecer as proteínas do leite de vaca como prejudiciais, resultando na alergia. Além disso, quando a mãe consome leite de vaca, pequenas quantidades de proteínas podem passar para o leite materno e sensibilizar o bebê.
Como identificar se o meu bebê tem APLV?
A melhor maneira de identificar a APLV é observar os sintomas que o bebê apresenta, especialmente durante e após a amamentação.
- Problemas digestivos: Dificuldade para engolir, falta de apetite, recusa em comer, sensação de estar cheio com pouca comida, regurgitação frequente, vômitos, cólicas intensas, diarreia com ou sem perda de proteínas, presença de sangue ou muco nas fezes, intestino preso e assaduras na área anal.
- Problemas de pele: Surgimento de placas vermelhas na pele (urticária), sem relato de infecção, uso de medicamentos ou outras causas; eczema atópico ou dermatite atópica, que é o ressecamento e descamação da pele, podendo apresentar feridas ou secreções; coceira intensa na pele; inchaço dos lábios e/ou pálpebras.
- Problemas respiratórios: Coriza, nariz entupido, chiado no peito, dificuldade para respirar e tosse, desde que não estejam associados a infecções. Geralmente, os sintomas respiratórios isolados raramente estão relacionados à APLV, normalmente eles vêm acompanhados de baixo ganho de peso, problemas digestivos ou de pele.
- Problemas gerais: Baixo ganho de peso, crescimento e desenvolvimento comprometidos, reações alérgicas graves (anafilaxia) e síndrome da enterocolite induzida por proteína alimentar (FIPIES), que envolve um quadro de choque com acidose metabólica grave, vômitos e diarreia.
O profissional de saúde provavelmente perguntará sobre o histórico médico do recém-nascido e se há casos de alergia na família.
Além disso, ele pode solicitar a exclusão de leite e derivados da sua dieta para verificar se o bebê apresenta melhorias após essa restrição alimentar.
Essa etapa é necessária porque muitos nutrientes e componentes que você consome são transmitidos pelo leite materno, podendo causar reações alérgicas.
Após um período de testes, o pediatra pode realizar um teste de provocação oral para reintroduzir gradualmente o leite e observar se o bebê apresenta sintomas de APLV.
Cuidados na amamentação de um bebê com APLV
Se o seu bebê tiver até seis meses de idade, a alimentação será exclusivamente por meio do aleitamento materno ou fórmulas infantis.
Portanto, a mudança na dieta deve ocorrer em relação à sua alimentação, não à do bebê, já que a alergia é especificamente à proteína do leite de vaca e não ao leite materno.
Para bebês mais velhos, que já começaram a introdução de alimentos sólidos, é importante evitar qualquer ingrediente que contenha leite, manteiga, iogurte, queijo ou outros derivados.
Aqui estão algumas dicas que podem ser úteis em ambos os casos para restringir o consumo de leite em sua dieta:
- Leia os rótulos com atenção: Verifique cuidadosamente as embalagens dos alimentos antes de consumi-los, tanto para você quanto para o bebê. Mesmo que seja um alimento que você não esperaria conter leite, é essencial verificar se o ingrediente está presente na lista. De acordo com a Anvisa, os fabricantes são obrigados a informar na embalagem se o produto pode conter leite devido ao uso de equipamentos ou substâncias para conservação. Lembre-se também de checar os rótulos de medicamentos, pois muitos podem conter proteína do leite em sua composição.
Aqui está uma lista de componentes que podem conter traços de proteína do leite e que devem ser evitados nesses casos:
- Caseína
- Caseinato (todos os tipos de amônio, cálcio, magnésio, potássio ou sódio)
- Lactose
- Lactoglobulina, lactoalbumina, lactoferrina
- Gordura de manteiga, óleo de manteiga, éster de manteiga
- Gordura anidra de leite
- Lactato
- Soro do leite, whey protein
- Fermento lácteo
- Cultura inicial de ácido lático fermentados em leite ou soro de leite
- Composto lácteo , mistura láctea
- Proteína láctea do soro do leite microparticulada
- Diacetil (normalmente usado em cerveja ou pipoca amanteigada)
- Aditivos que podem conter traços de leite, como corantes, aroma ou sabor natural de manteiga, margarina, leite, caramelo, creme de coco, creme de baunilha, iogurte, doce de leite e
- outros derivados do leite.
- Tenha cuidado com a contaminação cruzada: Mesmo que um alimento não contenha leite em seus ingredientes, é possível que tenha ocorrido contaminação cruzada durante o processo de produção. Por exemplo, ao pedir frios em uma padaria, que teoricamente não deveriam conter proteína do leite, a máquina de fatiar pode ter resquícios de queijo, contaminando outros produtos. Portanto, é importante ficar atenta à procedência e à forma como os alimentos que você e seu bebê vão consumir foram processados.
- Procure alternativas nutritivas: Restringir alimentos à base de leite de vaca não significa que a dieta não possa ser nutritiva. Certifique-se de obter todos os nutrientes necessários por meio de frutas, legumes, proteínas magras, verduras, grãos integrais e gorduras saudáveis em sua alimentação diária. Quanto aos principais nutrientes do leite, como cálcio e vitamina D, você pode encontrá-los em cereais fortificados, vegetais de folhas verdes escuras, como couve e mostarda, e em peixes como atum, salmão e sardinha. No entanto, tenha cuidado com a soja, pois, embora seja uma fonte alternativa de nutrientes, a alergia à soja também pode ser comum na infância e afetar o sistema imunológico.
Veja, abaixo, uma lista de alimentos que costumam ser excluídos da dieta em casos de APLV:
- Leite de vaca (todos os tipos: integral, desnatado, semi-desnatado, evaporado, reconstituído, fermentado, condensado, em pó, fluido, desidratado, maltado, sem lactose)
- Queijo
- Leite e queijo de cabra, de ovelha e de búfala
- Iogurte
- Coalhada
- Petit suisse
- Bebida láctea
- Creme de leite
- Nata, coalho, creme azedo
- Soro do leite
- Manteiga
- Margarina que contenha leite
- Ghee (manteiga clarificada)
- Requeijão
- Cream cheese
- Molho branco
- Doce de leite
- Chantilly
- Cremes doces
- Pudim
Fórmulas para bebês com APLV
Uma dúvida comum entre as mães que alimentam seus bebês com fórmulas é se existem substitutos para as fórmulas tradicionais que contêm proteína do leite de vaca.
A boa notícia é que existem outras opções disponíveis, embora possam não ser tão acessíveis.
As versões à base de soja são as mais populares, mas como mencionado anteriormente, a soja também pode causar reações alérgicas.
Portanto, é importante testar de forma restrita para verificar se o bebê apresenta sintomas após o consumo.
Outra opção são as fórmulas hipoalergênicas, que são mais seguras para o consumo do bebê, mas podem ser mais difíceis de encontrar e têm um preço mais elevado.
Essas fórmulas especiais são oferecidas pelo SUS em farmácias de medicamentos de alto custo. Se você precisar, consulte o pediatra do seu filho para saber como solicitar.
Confira a seguir, indicações de fórmulas infantis.
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2º | Neo Advance Danone Nutricia 400g | Ver Preço | |
3º | Neoforte Baunilha Danone Nutricia 400g | Ver Preço | |
4º | Alfamino 400G Nestlé | Ver Preço |
Fórmulas Extensamente Hidrolisadas Sem Lactose
1º | Fórmula Infantil Pregomin Danone Nutricia 400g | Ver Preço | |
2º | Fórmula Infantil ALFARÉ 400g | Ver Preço | |
3º | Novamil Rice Fórmula Infantil 400g | Ver Preço |
Fórmulas Extensamente Hidrolisadas Com Lactose
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Fórmulas com Soja
1º | Fórmula Infantil Aptamil Proexpert Soja 1 Danone Nutricia 400g | Ver Preço | |
2º | Fórmula Infantil Aptamil Proexpert Soja 2 Danone Nutricia 800g | Ver Preço | |
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Informações importantes sobre APLV que os pais devem saber
- Prevalência: A APLV é uma das alergias alimentares mais comuns em bebês e crianças pequenas. Estima-se que afete cerca de 2 a 7% dos lactentes.
- Alimentos contendo leite de vaca: Além do leite de vaca, a proteína do leite pode estar presente em uma ampla variedade de alimentos e produtos, incluindo fórmulas infantis à base de leite, leite materno de mães que consomem laticínios, fórmulas de transição, iogurtes, queijos, margarina, bolos, biscoitos, chocolates, sorvetes, entre outros.
- Diagnóstico: O diagnóstico da APLV é baseado na história clínica, nos sintomas relatados pelos pais e, em alguns casos, em testes complementares, como testes de alergia, provocação oral supervisionada ou eliminação e reintrodução do leite na dieta.
- Substitutos do leite: Em caso de diagnóstico de APLV, é necessário substituir o leite de vaca por fórmulas especiais à base de aminoácidos ou hidrolisados extensos. Essas fórmulas são projetadas para fornecer todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento adequados da criança.
- Intolerância à lactose versus APLV: É importante distinguir entre intolerância à lactose e APLV. A intolerância à lactose é a incapacidade de digerir a lactose, o açúcar presente no leite, devido à deficiência de lactase no organismo. Já a APLV é uma resposta imunológica às proteínas do leite. Os sintomas e o tratamento diferem entre essas condições.
- Acompanhamento médico: Após o diagnóstico de APLV, é fundamental que a criança seja acompanhada por um médico especializado, como um pediatra ou um alergologista, para monitorar a evolução da alergia, ajustar a dieta e garantir o crescimento saudável da criança.
- Possibilidade de resolução: Muitas crianças superam a APLV ao longo do tempo. À medida que crescem, seus sistemas imunológicos podem desenvolver tolerância às proteínas do leite, e a introdução gradual desses alimentos na dieta pode ser feita sob supervisão médica.
ATENÇÃO: É importante destacar que cada caso de APLV é único, e as informações fornecidas aqui são de natureza geral. Sempre consulte um profissional de saúde para obter orientações específicas e adequadas ao seu filho.
Perguntas frequentes sobre APLV
APLV e intolerância à lactose são a mesma coisa?
Não, APLV (alergia à proteína do leite de vaca) e intolerância à lactose são condições diferentes. A APLV é uma reação alérgica que envolve o sistema imunológico, enquanto a intolerância à lactose é uma incapacidade de digerir a lactose devido à falta da enzima lactase no organismo. Ambas podem apresentar sintomas semelhantes, como dores abdominais e cólicas, mas têm causas e tratamentos distintos.
Quais são os principais sintomas de APLV em bebês?
Os principais sintomas de APLV em bebês incluem desconforto abdominal, cólicas frequentes, diarreia, vômitos, irritabilidade e erupções cutâneas. Esses sintomas geralmente ocorrem após a amamentação ou a ingestão de fórmulas que contenham proteína do leite de vaca.
Como é feito o diagnóstico de APLV em bebês?
O diagnóstico de APLV em bebês é baseado nos sintomas relatados pelos pais e em exames complementares. O pediatra pode solicitar um exame de exclusão de leite e derivados na dieta da mãe, seguido por um teste de provocação oral para verificar se o bebê apresenta sintomas após a reintrodução do leite. É importante procurar orientação médica para um diagnóstico preciso e um plano de cuidados adequado.
Meu filho tem APLV, posso dar leite de cabra ou de búfala para ele?
Não, pois as proteínas do leite de cabra e de búfala são muito semelhantes às proteínas do leite de vaca e a chance de reatividade cruzada entre essas proteínas é de 92%. Por esta razão, estes leites não deverão ser usados como substitutos do leite de vaca, uma vez que poderão causar as mesmas reações na criança.
Para a mãe que amamenta, seguir a dieta isenta de leite de vaca é quase impossível?
A dieta de exclusão de leite de vaca e seus derivados não é fácil, mas pode ser adotada quando a mãe segue as recomendações de um profissional competente. Este irá traçar um plano nutricional para que a exclusão seja feita de maneira adequada, sem riscos para mãe e bebê.
Eu preciso substituir todos os utensílios da minha cozinha para evitar contaminação cruzada com leite?
Os utensílios plásticos e a esponja para lavar louça precisam ser separados, pois são materiais mais porosos e que aderem mais aos resíduos alimentares. Os demais podem ser bem higienizados e reutilizados.
O que fazer caso haja ingestão acidental de alimentos com leite?
Se a criança consumir algum alimento com leite por engano e os sintomas forem desencadeados a família deverá seguir a conduta do médico e avisá-lo. Caso os sintomas não melhorarem, pode ser necessário procurar um serviço de emergência. Mas, é necessário comunicar o médico de plantão que a criança possui APLV.
Conclusão
Para os pais que têm crianças com APLV, é importante lembrar que existem soluções e apoio disponíveis.
Embora lidar com uma alergia alimentar possa ser desafiador, muitas crianças superam a APLV à medida que crescem.
Com o acompanhamento médico adequado, dieta adequada e medidas de precaução, é possível garantir o bem-estar e crescimento saudável de seus filhos.
Não hesitem em buscar suporte de profissionais de saúde e de grupos de apoio, pois vocês não estão sozinhos nessa jornada.
Vocês são capazes de fornecer o cuidado necessário e ajudar seus filhos a enfrentar essa condição com amor e paciência.
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